quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Limpando a sala

Fazei tudo sem murmurações nem contendas.

Fp 2:12

Seis horas da manhã, o despertador faz soar seu estrídulo toque matinal.

Um jovem sonolento ergue-se de seu leito ainda quente, com os olhos ainda cerrados ruma para o banheiro.

Dez minutos passam-se e o jovem já esta na cozinha para saborear seu desjejum.

A mesa já esta posta, um dos cuidados diários de sua mãe.

Terminado o café. Pega a sua mochila e segue para seu primeiro dia de trabalho.

Mais de noventa minutos passados dentro de um ônibus e eis que finalmente chega ao seu destino.

Cartão batido inicia-se seu expediente.

O jovem observa atentamente a tudo, pessoas, novidades, responsabilidades e possíveis tarefas, que o circundam.

Seu chefe aproxima-se, lhe entregando uma vassoura segue mostrando onde o jovem deve começar a varrer.

Com muita dedicação o jovem realiza a tarefa que lhe foi delegada.

O chefe retorna, agora, lhe entregando um pano indica onde o jovem deve começar a limpar.

Com muita seriedade o jovem executa a tarefa que lhe foi delegada.

Outra vez surge seu chefe trazendo consigo um frasco com cera. Entrega-o ao jovem e determina em que local começar a encerar.

Com algum afinco eis que inicia a labuta.

As horas seguem-se num ritmo lento e o dia toma ares de infindável, solitário em meio ao cheiro adocicado do produto, o jovem põe-se a pensar:

“Estudar tanto para estar aqui de joelhos.”

“Esforçar-me tanto para estar aqui de joelhos.”

“Humilhar-me tanto em estar aqui de joelhos.”

O tempo segue seu rumo natural, e a tarefa é concluída.

A porta seu chefe observa o resultado. Mostra ao jovem onde guardar os apetrechos usados durante o dia.

Fim do expediente.

O jovem refaz o mesmo percurso feito anteriormente, desta vez no seu sentido contrário.

À noite, o jovem plenamente cansado dorme tranquilamente.

Acorda no mesmo horário, com o mesmo estrídulo som matinal e seguem-se as mesmas ações da manhã anterior.

Trajeto, cartão, expediente.

Ansioso para mais um dia espera ordens.

O chefe aproxima-se do jovem, lhe conduz a uma sala entulhada de antiguidades, móveis empoeirados e objetos desconhecidos, lhe mostra quais móveis serão aproveitados para mobiliar a sala limpa no dia anterior e retira-se.

Entre poeira e expiro o jovem lança-se nesta nova empreitada.

Pouco a pouco a nova sala começa a ser ocupada por utensílios diversos.

Entediado ele olha o relógio e percebe que ainda lhe resta algum tempo antes de terminar o dia. Fadigado reclina-se sobre algumas caixas esquecidas a muito naquele deposito.

Só e cansado põe-se a pensar:

“Estudar tanto para preparar um escritório para outro.”

“Esforçar-me tanto para preparar um escritório para outro.”

“Humilhar-me tanto ao preparar um escritório para outro.”

No reclinar acaba por cochilar.

O expediente termina e outra vez retorna à sua casa.

Ainda pensativo pouco dorme naquela noite.

Já acordado ouve o já conhecido som, porém desta vez não sai de sua cama.

Sua mãe estranhando a demora segue até o quarto do filho.

-Está tudo bem? Não vai trabalhar hoje?-pergunta.

-Não vou mais voltar para lá - responde o jovem escondido em meio às cobertas.

-Mas por quê?

-Eles não me valorizaram! Vou procurar algo melhor.

-Tem certeza?

-Tenho!

-Tudo bem, a escolha é sua.

A mulher sai do quarto, fecha a porta e retoma seus afazeres diários.

O telefone da casa toca, a mulher atende-o.

No outro lado da linha está o chefe do jovem indagando a mãe deste para saber por que ele ainda não havia chegado.

A mãe responde que ele não mais iria trabalhar e apregoa os motivos.

O telefone é desligado.

O chefe então segue à sala do presidente da empresa.

-O que houve?-pergunta o presidente enquanto segura uma xícara de café.

-O estagiário desistiu.

-Mas por quê?

-Julgou-se pouco valorizado!

-Pouco valorizado? Como assim?

-Não sei bem! Porém não concordo com o que ele pensa. Estávamos preparando, ou melhor, ele mesmo estava preparando uma de nossas melhores salas para ser seu escritório. Não sei por que se julgou pouco ou até mesmo desvalorizado.

-Humanos... Quem os entenderá!

-Pois é! Mas aproveitando a oportunidade eu peço autorização para iniciar a contratação de outra pessoa...

E a vida continua.

Será que não agimos assim para com Deus?

Muitas vezes não entendemos o porque certas situações pelas quais passamos, logo acabamos por murmurar, reclamar.

Temos por natureza uma tal facilidade de nos ofendermos, de sermos soberbos que julgamos humilhante qualquer coisa que não coloque nosso umbigo no centro do universo.

Se somos assim, e muitas vezes somos, esta na hora de rever conceitos.

Confie em Deus, não desista.

Se não entende simplesmente continue.

Deixe a soberba de lado, deixe Deus te moldar.

Não perca o melhor de Deus.

Lembre-se logo depois do que te parece humilhante está o melhor que Deus pode te dar!

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